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sábado, 28 de março de 2009

Uma comodidade, uma decadência

Um único princípio basta para a limpeza de nossa cidade: nossa repugnância ao lixo. No início da era moderna, não pensemos que cidades como Paris ou Londres eram limpas e bem organizadas, muito pelo contrário, eram extremamente sujas e sem nenhum cuidado ambiental, mera herança das primeiras aglomerações urbanas ainda influenciadas pelo feudalismo. Ao perceber a civilização como algo ainda não civilizado, políticas de limpeza foram criadas para reorganizar totalmente o espaço onde viviam os cidadãos. O gosto por uma alameda asseada, por um odor agradável ao respirar, a descoberta dos perigosos "germes", a vaidade das donas de casa em ter um lar limpo e invejado por outras, enfim, uma mudança de hábitos trouxe a ideia de nojo ao lixo e o desejo de nos livrar dele. A limpeza pública realizada por praticamente todas as prefeituras consolidadas do mundo veio como uma comodidade aos habitantes. Mas foi justamente essa comodidade que nos tornou tão decadentes quanto ao que pensamos do lixo e como o produzimos. Cito a seguir três observações importantes.

1. "Esse trabalho está um lixo", "aquele programa é um lixo". Nós pensamos no lixo como um material completamente desprezível, sem nenhuma utilidade. Como poderemos conscientizar os cidadãos de que o lixo é importante se continuarmos a tratar o lixo como algo a ser irrefutavelmente evitado? Dando exemplos. E a melhor maneira de dar exemplos é reciclar, mostrar a utilidade que jogamos fora, capacitar as consciências alheias a pensar num monte de lixo como um monte de oportunidade;

2. Quase todos os campinenses aparentam ser devotos de São Tomé. Mas bem-aventurados aqueles que acreditam sem ver. O lixo produzido por nós todos os dias não desaparece quando é levado por aqueles caminhões de coleta. Todos os rejeitos são acumulados num lugar criado pela sociedade ignorante chamado de "lixão", ou seja, um lixo bem grande. Esse local é frequentado por pessoas muito inteligentes chamados pejorativamente de "catadores". Eles fazem o que nós deveríamos estar fazendo: aproveitando o aproveitável. Se você ainda não se acha capaz de reciclar, não se sente capaz de ajudar, ao menos não atrapalhe: separe o lixo que você produz em frações comuns, como garrafas PET, latas de alumínio, papel e derivados e rejeito orgânico;

3. Estamos vivendo o tempo das "vacas gordas", da abundância. Em breve estaremos vivendo o tempo das "vacas magras" e o que hoje chamamos de lixo amanhã será comparado ao ouro: amanhã, o dia em que o gari será invejado...

2 comentários:

SOLICIC Damas disse...

A explicação do lixo contextuatlizado historicamente foi muito bem colocada. Nem sabia de tudo isso, vivendo e aprendendo!
Parabéns mais uma vez por estas informações.

Guinho Freitas disse...

O q chamamos d lixo ñ passa d matéria prima ñ aproveitrada, precisamos aprender a usa-lo até a sua capacidade máxima... plástico por exemplo é um material feito para durar milhares de anos, mas nós soh o usamos por alguns anos e depois deixamos q ele passe todo o resto de sua vida útil a deriva por aí... eh fogo!!!!

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