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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A nova gripe e os velhos costumes


Não faz muito tempo, o Colégio Imaculada Conceição (CIC), assim como praticamente todas as instituições de ensino de Campina Grande, interditou todos os bebedouros e tomou diversas medidas contra a gripe A. Aliás, só o que se fala pela cidade toda, é no tal H1N1, causador da doença.Neste cenário de tanto pânico e tanta informação, pouco se fala na questão ambiental.
Sim, a nova gripe e o ideal ambientalista estão relacionados. Para fazer você entender melhor esta relação, publicamos aqui um exelente texto escrito por um promotor de justiça ambientalista que aborda o assunto. O texto é curto porém rico em conteúdo, não deixem de ler!

A NOVA GRIPE E OS VELHOS COSTUMES
Jaime N. Chatkin

Aumentam os casos de gripe suína. A letalidade do vírus, por sorte (e nada mais) parece ser baixa.
Observa-se que o descobrimento da vacina é esperado como a solução definitiva para o problema.
Mas será mesmo?
É como se alguém encontrasse um vazamento de água em sua casa e determinasse, para solucionar a questão, que toda a mobília fosse imediatamente impermeabilizada.
Mas as causas do vazamento não foram de modo algum combatidas. É claro que a vacina é importante e poderá salvar muitas vidas, mas a pergunta que se impõe é o que foi ou será feito para evitar que a apariçaõ dese tipo de ameaça seja recorrente.
As causas do aparecimento da gripe suína podem com certeza ser desvendadas, e já exististiam estudos, mesmo antes da pandemia, que indicavam que o confinamento de um grande número de animais em fazendas industriais propicia um meio adequado para o surgimento e mutação de vírus potencialmente nocivos ao ser humano. (Lembrem-se dos recentes "gripe aviária e "vaca louca")
Fazendas industriais, para quem não sabe, foi o modo que o agronegócio sem preocupações éticas encontrou para aumentar a produtividade na criação de animais, confinando um número cada vez maior deles em espaços cada vez menores e cruéis, tudo em nome do aumento do lucro, sem importar o sofrimento dos seres vivos ali tratados como mercadoria, e com os danos ambientais causados por essa aglomeração.
A propósito, sabe-se que no México, onde surgiu a gripe suína, existem inúmeras dessas fazendas para fornecer carne suína, principalmente aos EUA.
Mas o que será feito de concreto a respeito dessas granjas, verdadeiras aberrações éticas do sistema capitalista?
Como era de se esperar, nada.
A contrário, rebatiza-se o vírus para não atrapalhar os negócios e se joga toda a esperança na grande vacina, fazendo rféns da indústria farmacêutica um sem número de governos.
Em suma, segindo-se a cartilha do mais puro capitalismo, a pandemia gerará crescimento para o dinheiro de alguns poucos, em detrimento do dinheiro de muitos e das verbaspúblicas.
E nada, absolutamente nada será feito para atacar as causas de um problema que, em um futuro retorno, poderá surgir de forma mais agressiva e devastadora.

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